A obesidade é uma realidade no Brasil, atingindo 38 milhões de adultos com mais de 20 anos e deste total de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Dados de 2003 da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) revelam que o excesso de peso afeta 41% dos homens e 40% das mulheres, sendo que, desse grupo, a obesidade atinge 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas. O estudo aponta ainda que o excesso de peso dos brasileiros está relacionado ao aumento do consumo de alimentos industrializados e também pela ingestão de grande quantidade de açúcar e gordura.
Obesidade tem crescido entre crianças e adolescentes Segundo dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), realizada em 2002/03 pelo Ministério da Saúde, 16,7% dos adolescentes entre 10 e 19 anos têm excesso de peso e, destes, 2,3% obesidade. A causa é a mudanças de hábitos alimentares, com aumento no consumo de alimentos industrializados e um estilo de vida mais sedentária. O aumento de peso das crianças aumenta o risco de uma população adulta obesa e o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis.
A obesidade é mais grave nas áreas urbanas (19,5% dos adolescentes) do que na rural (11,4% de adolescentes) e mais evidente nas Regiões Sul e Sudeste, onde atinge 23,6% e 22,0% dos adolescentes, respectivamente. O consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares, como chocolates, balas e chicletes, pode ainda prejudicar os dentes das crianças. No Brasil, o pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP mostrou que a prevalência de obesidade em com menos de 5 anos é de 2,5% entre as crianças de menor categoria de renda a 10,6% no grupo economicamente mais favorecido. A causa é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e ambientais como maior consumo energético e menor atividade física.
Há relatos, que na América Latina, a obesidade infantil tende a ser maior nas áreas urbanas e em famílias com nível socioeconômico e escolaridade materna mais elevados. Cerca de 1/3 dos pré-escolares e metade dos escolares obesos tornam-se adultos obesos. À curto prazo, as principais conseqüências da obesidade infantil são as desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, o diabetes, a hipertensão arterial e as dislipidemias. Sem falar nos transtornos psicossociais. A longo prazo, é o aumento da mortalidade por doença coronariana nos adultos que foram obesos na infância e na adolescência.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostram que a obesidade infantil atinge hoje mais de 5 milhões de crianças. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em apenas 30 anos, aumentou de 4% para 18% as crianças e adolescentes do sexo masculino acima do peso. Já as meninas o aumento foi de 7,5% para 15,5%. Dados alarmantes, pois as doenças decorrentes da obesidade provocarão um grande problema na rede pública de saúde do País.
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